Aos doze deixei a escola para ir "ganhar dinheiro", após dois anos de francês na Tele-escola. Aprendi o básico apesar de não dizer uma frase seguida da minha autoria. A pronúncia sempre muito gabada pela professora.
Aos dezassete achei por bem voltar à escola, de noite, já que sem estudos trabalhava muito e ganhava pouco.
Tive mais três anos de francês, onde continuava sem dizer uma frase completa de minha autoria, pronúncia continuou a ser gabada. entretanto via muita televisão, achei que percebia "muito" de inglês.
Aos vinte e três entrei na faculdade, numa residência universitária e descobri que noventa por cento dos manuais do meu curso eram em inglês... Tentei lê-los com um dicionário de tradução, não era capaz. Tentei lê-los em voz alta, não sabia ler os sons em inglês, lixei-me. Então arranjei uma amiga, daquelas de infância, que só se encontram aos vinte e quatro anos, ela lia em voz alta o manual, enquanto eu olhava desesperada para as letras e começava a associar os sons.
Eu gostava de falar, eu gosto de falar, pronto, eu gosto muito de falar, para falar com todos os colegas da residência comecei a praticar o meu francês e o meu inglês, ah, e o meu espanhol, e o meu italiano...
Só na minha primeira entrevista de emprego a sério, para um trabalho limpo, pelos vinte e quatro anos, é que disse: Bem, sabe eu não falo assim tão bem inglês. Depois de ter sido corrida imediatamente com a informação que não servia para as funções, passei a responder, em todas as entrevistas que fui, que falava bem inglês.
Agora imaginem as situações em que eu
Sem qualquer coerência histórico-temporal:
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